O general Juan José Zúñiga anunciou, nesta quarta-feira (26/6), um golpe de Estado na Bolívia. Ele é ex-comandante do Exército boliviano: assumiu o cargo em novembro de 2022 e foi destituído da posição nos últimos dias, após começar a se manifestar politicamente. Zúñiga tem formação como especialista em inteligência militar.
Em 2013, um relatório oficial do governo boliviano detalhou que o general foi o principal responsável pelo roubo de mais de 2,7 milhões de pesos bolivianos, dinheiro que deveria ter sido destinado ao Bônus Juancito Pinto, à Renta Dignidade e às despesas de viagem de militares.
Zíñiga, antes de se tornar comandante do Exército, foi chefe do Estado-Maior. Antes de ocupar esses cargos, foi acusado de peculato. Além disso, o ex-presidente Evo Morales o acusou de ser o líder do grupo “Pachajcho”, que supostamente teria tramado um plano contra ele.
O presidente da Bolívia, Luis Arce, pediu que a população do país se mobilize contra a tentativa de golpe de Estado anunciada pelo general Juan José Zúñiga.
“O povo boliviano foi convocado”, disse o presidente do país em um comunicado gravado junto de ministros do seu gabinete. “Necessitamos que o povo boliviano se organize e se mobilize contra o golpe de Estado, em favor da democracia. Não podemos permitir, mais uma vez, tentativas de golpe que ceifem vidas bolivianas”, declarou.
“Saudamos as organizações sociais e as convidamos cordialmente a mostrar mais uma vez o caminho da democracia ao povo boliviano. Viva o povo boliviano! Viva a democracia!”, disse Arce.
Antes da divulgação da mensagem, imagens que circulam nas redes sociais mostram Luis Arce e o general Zúñiga frente a frente, no que parecia ser a entrada do palácio presidencial da Bolívia.