Após quase dois anos de descobertos, os cheques clonados da Câmara de Porto Seguro permanecem um grande mistério.
O fato ocorreu no início da gestão do ex-presidente da Casa Evaí Fonseca, e foi denunciado pelo mesmo, em grande alarde na época, destacando que as fraudes poderiam ter chegado a 28 mil reais.
Ocorre que de lá pra cá, nada se sabe sobre o assunto, a não ser de que fora instalado um inquérito policial e que não houve prejuízos ao erário.
A sociedade quer e tem o direito de saber sobre o inicio e fim desta novela. Trata-se de um poder público que foi vitima de ações de bandidos, à luz do dia, e que devem ser denunciados e punidos. O que e a quem estão tentando acobertar?
Na ocasião, o vereador Robinson Vinhas, 1º secretário da mesa diretora à época e que teve sua assinatura falsificada nos cheques em questão, revelou à nossa reportagem que teria entrado com um requerimento solicitando às autoridades policiais esclarecimentos sobre os fatos, mas que estas alegaram que o inquérito estava em andamento e que o erário não havia sofrido prejuízos.
O fato de não ter havido prejuízos ao erário não isenta os responsáveis pelo ilícito. Seria o mesmo que um meliante ser absolvido, após atirar em uma pessoa e esta não morrer.
A sociedade cobra esclarecimentos. É preciso nomear os autores e supostos beneficiários da tramoia. A Casa legislativa não pode se omitir e deixar que a população imagine o que possa ter ocorrido. Esperamos que a nova mesa diretora da Casa veja a situação com a transparência que o caso requer e tranquilize o contribuinte sobre a licitude no manuseio dos recursos do município.
Cheque clonado é coisa de bandido, estelionatário e deve ser tratado desta forma. A Câmara não pode se apequenar diante de fatos e ações que levantem suspeitas sobre a Casa. Até agora as explicações sobre o evento são inconsistentes, pra não dizer hilárias.