Polêmica marca sessão da Câmara de Vereadores de Porto Seguro após ocupação do plenário por manifestantes indígenas

A sessão da Câmara de Vereadores de Porto Seguro, realizada nesta quarta-feira (16/04), foi marcada por um intenso embate entre parlamentares, provocado pela repercussão da ocupação do plenário ocorrida na reunião anterior. O episódio, que gerou a suspensão dos trabalhos legislativos na ocasião, voltou à tona com críticas e trocas de acusações entre os vereadores.

Plenário da Câmara ocupado por indígenas na sessão da quinta-feira passada (10/04)

A polêmica foi reacendida durante o pronunciamento do líder do governo, vereador Rodrigo Borges, que usou a Tribuna para criticar, de forma indireta, o colega Bolinha. Sem mencionar nomes, Borges acusou o vereador de explorar politicamente o episódio da ocupação, referindo-se à gravação e divulgação de um vídeo nas redes sociais no qual a suspensão da sessão foi classificada como um ato de “covardia” e “temor ao povo”.

A fala provocou uma reação imediata de Bolinha, que rebateu as críticas e voltou a usar o termo “covarde”, desta vez direcionado ao líder do governo por, segundo ele, não ter tido coragem de citá-lo nominalmente. Diante da tensão, Rodrigo Borges confirmou que sua crítica era, de fato, dirigida ao vereador Bolinha, acirrando ainda mais os ânimos.

Diversos vereadores se manifestaram em defesa da suspensão da sessão anterior. Robson Vinhas, Tiago Maciel, Lucas Barreto e Lucas Nascimento — que presidia a sessão no momento da ocupação — justificaram a decisão como prudente, diante da pressão exercida pelos manifestantes e da incerteza quanto ao desfecho da situação. Segundo os parlamentares, o clima era de tensão, com a permanência dos indígenas no plenário condicionada a uma resposta às suas demandas.

Os manifestantes indígenas reivindicavam, principalmente, a reposição da regência para professores, destacando que a maior parte dos prejudicados pertence à comunidade indígena e ocupa cargos por contrato temporário, sem vínculo efetivo com o município.

O presidente da Câmara, vereador Dilmo Santiago, que não esteve presente na sessão anterior, também se pronunciou. Ele reafirmou que a Casa Legislativa está aberta à participação popular e que a Tribuna é um espaço democrático para todos os cidadãos. No entanto, foi enfático ao afirmar que, apesar da manifestação ter sido pacífica, não se pode aceitar a ocupação do plenário como forma de protesto. “Acompanhei a sessão via Internet e não aprovo a ação adotada pelos manifestantes. Em qualquer situação, o diálogo é sempre a melhor ferramenta a ser utilizada”, concluiu.

O episódio expôs divergências dentro do Legislativo municipal e levantou debates sobre os limites da participação popular, a condução política dos atos e a postura dos vereadores frente à pressão social.

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