Não bastasse os preços exorbitantes praticados pelo comércio em geral na cidade, como gasolina, transportes, gêneros alimentícios e tudo mais, têm agora também cobranças diferenciadas para prestação de serviços de terceiros.
Se for para Porto Seguro, é mais caro!
Assim aconteceu com o painel eletrônico, recentemente instalado na câmara de vereadores da cidade.
É que, a empresa Visual Sistemas Eletrônicos LTDA, responsável pela locação, instalação e suporte dos serviços para a câmara local, presta esse serviço para diversas localidades da Bahia e do Brasil, sendo inclusive ranqueada como uma das principais empresas do setor no país. A empresa tem na sua carteira, o senado federal, as assembléias legislativas da Bahia, Minas, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Mas, ao fazermos uma comparação dos preços e dos serviços disponibilizados para os municípios, encontramos uma discrepância enorme no valor que foi cobrado em Porto Seguro.
Para se ter uma idéia, o mesmo serviço realizado pela mesma empresa em Sape na Paraíba, custa R$5.000,00 mensais. Já a prefeitura de São Luís no Maranhão optou por comprar o sistema, e pagou R$185.600,00 para tê-lo definitivamente.
A câmara de Teófilo Otoni em Minas Gerais contratou o mesmo serviço dessa mesma empresa, ha cinco anos atrás por R$1.800 mensais, hoje reajustado deve ser um pouco mais.
A Câmara de Vitória da Conquista – BA tem um sistema eletrônico de votação controlado por computador e com postos de votação em cada cadeira de vereador. Esse sistema completo custou cerca de R$80.000,00. O sistema consta com:
- Controle computadorizado de votos, abertos ou secretos
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Sistema de mensagens
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Cronômetro progressivo e regressivo com bip
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Registro da presença e o horário da mesma
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Emite relatórios das votações e seus resultados com data e horário
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Exibe o nome do parlamentar e a sigla partidária
Poderíamos listar aqui uma ruma de câmaras que contrataram ou adquiriram o mesmo serviço, por preços muito mais em conta.
Em Porto Seguro, o valor anunciado é de R$15.000,00 mensais, Como temos uma sessão por semana, cada sessão está saindo pela bagatela de R$3.750,00. Um absurdo, para um município que tem diversas prioridades.
Não estamos discutindo a viabilidade do serviço. Entendemos que os benefícios são enormes, como o aumento da produtividade e agilidade, maior transparência e visibilidade, controle integral e instantâneo dos eventos, identificação biométrica, controle do tempo de tribuna, geração e emissão de atas e relatórios em tempo real, etc., mas o custo benefício teria que ser avaliado.
Poderia ter-se optado por um sistema mais simples e mais barato. Essa história de que “a câmara tem dinheiro pra gastar” não se aplica.
A coisa pública tem que ser vista como uma casa nossa. Primeiro as necessidades básicas, depois as supérfluas.
Quem acaba sendo penalizado com essas extravagâncias é o povo humilde e sofrido.
As vaidades jamais devem estar presentes nessas ações. O povo nem freqüenta esta casa! Seria muito mais justo e coerente gastar esse dinheiro em programas e projetos que estimulem a cidadania e resgate a confiança dos moradores em seus representantes.
Decisões como essas só distanciam e inibem o cidadão em participar do processo político.
É preciso enxergar a realidade e trabalhar com ela. O povo clama por moralidade e serviços básicos. Modernização tecnológica da câmara, com certeza não é a prioridade do momento.