O simbólico e emblemático 1º de maio

Enfim, somos todos trabalhadores, garimpando significado para nossas vidas, uns com dignidade e atenção aos princípios básicos de respeito e convivência humana, outros sem o menor pudor ou escrúpulo.

Falar do trabalho é como falar do ser vivo, do ser humano, é enxergar na simplicidade e na beleza de uma flor, toda a complexidade da criatura, sua engrenagem, seu desafio de existir.

Homenagear o trabalhador, não é tarefa menor.

Poderíamos iniciar pelos que rimam com dinheiro: Pedreiro, marceneiro, carpinteiro, bombeiro, cozinheiro e milhões de “eiros”. Intercalar com os que rimam com amor: Cantor, pintor, compositor, escritor, ator, doutor, meu Deus! Quanta dor! Aumentar a lista com dentista, malabarista, equilibrista, massagista, maquinista, analista… Aff.. É de perder de vista. E finalizar com os sem “eiras e beiras”, mas que também com amor e por dinheiro, compõem esse universo fantástico da satisfação e da necessidade humana de trabalhar.

Muitos são disciplinados, formados e preparados para a função. Organizam-se em sociedades como as abelhas, as formigas. Outros se harmonizam e se equilibram com o que a natureza lhes disponibilizou. São os artistas, os gênios; “feito índios que desceram de uma estrela colorida distante e que pousaram na terra num claro instante”. E uma grande parte se adapta, se recicla, se renova, se encaixa e se enfileira nas ruas e avenidas suplicando ao rei “mercado”, espaço para participar do espetáculo. São os marginalizados, proletários e apontados, por aquele rei, para despenderem sua força bruta, seu suor, seu sangue, para azeitar e lubrificar as engrenagens do perverso sistema que definiu o seu destino. São tão importantes como os outros, mas têm que lutar dobrado para serem reconhecidos.

Enfim, somos todos trabalhadores, garimpando significado para nossas vidas, uns com dignidade e atenção aos princípios básicos de respeito e convivência humana, outros sem o menor pudor ou escrúpulo.

Em suma, esta é a regra em vigor. É o preço e o castigo da inevitável organização social. Não existe, na sociedade atual, um modelo ideal. Enquanto escravos do tempo, a palavra de ordem é: trabalhar, trabalhar e trabalhar… Como consolo aos merecedores do simbólico 1º de maio, transcrevo a mensagem do brilhante Chico Buarque: “Amanhã.. vai ser outro dia”.

Parabéns!! Trabalhador brasileiro.

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