MP-BA abre processo para acompanhar investigações da Polícia Civil sobre a morte da jovem cigana, Hyara Flor

O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) instaurou procedimento para acompanhar as investigações da Polícia Civil, relacionadas à morte de Hyara Flor, de 14 anos, nesta terça-feira (7/11). A adolescente não resistiu após ser baleada no pescoço no mês de julho.

Em nota ao g1, o MP-BA informou que a Polícia Civil tem seguido com as investigações, buscando novas testemunhas e que está dentro do prazo de cumprimento. Desse modo, o pedido do MP é para monitorar o trabalho ao invés de apenas receber o inquérito concluído.

Em julho deste ano, o marido de Hyara Flor, outro adolescente de 14 anos, chegou a ser apreendido pela suspeita de ter atirado contra ela.

Ele foi encontrado na casa de familiares no Espírito Santo. Ele foi liberado em agosto, depois que a polícia da Bahia ter concluído o inquérito do caso, afirmando que o disparo à queima roupa foi efetuado de forma acidental pelo cunhado da adolescente, uma criança de 9 anos.

Essa versão havia sido apontada pelos familiares do marido de Hyara. No entanto, a família da adolescente contesta e sustenta que o crime foi cometido por vingança, já que um tio de Hyara teria um relacionamento extraconjugal com a sogra da garota.

Confira pontos da investigação revelados pela polícia

O resultado do inquérito foi baseado em relatos de testemunhas e elementos periciais:

  • A arma foi comprada pela mãe do adolescente em Vitória da Conquista após uma tentativa de sequestro que o filho sofreu em Guaratinga;
  • O adolescente tem entre 1,80m e 1,85m de altura, apesar de ter apenas 14 anos. Pela posição do tiro, foi descartado que ele fosse o autor do tiro;
  • O disparo foi de uma distância entre 20 e 25 cm. Ou seja, de perto;
  • Foi descartada a possibilidade de o crime ter sido premeditado por causa da fuga. A família do adolescente parou em um posto de combustível, a caminho do Espírito Santo, e completou o tanque;
  • Sobre a violência doméstica: o laudo da necropsia não indicou sinais de violência doméstica internos e externos;
  • Testemunhas ouvidas pela polícia disseram, de forma unânime, que o casal tinha uma relação harmônica;
  • A versão da vingança por causa da traição não se sustentou com provas;

Relembre o caso

Hyara Flor, de 14 anos, foi morta após ser baleada no queixo, dentro da casa em que ela vivia com o marido. O crime aconteceu no dia 6 de julho e a adolescente foi socorrida para Hospital Municipal de Guaratinga.

Dentro da casa, foi encontrada uma pistola calibre 380, com dois carregadores e munições. Os objetos foram apreendidos e encaminhados à perícia. A necropsia do corpo provou que o tiro fez com que a garota asfixiasse no próprio sangue, até a morte.

O crime aconteceu apenas 45 dias após o casamento dela com o outro adolescente de 14 anos, que também faz parte da comunidade cigana.

 

 

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