Brasil tem 2ª conta de luz mais cara do mundo

Com relação à renda per capita, ou seja, o rendimento médio dos cidadãos, o Brasil tem a segunda conta de luz mais cara do mundo dentre os 33 países pesquisados, com apenas a Colômbia em sua frente. Os números globais são da Agência Internacional de Energia e foram compilados pela Abrace

Os brasileiros pagam cerca de R$ 12 bilhões por mês em tributos e subsídios na conta de luz, segundo dados da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia (Abrace). O levantamento aponta uma alta de 47% no valor dessas taxas e encargos ao longo dos últimos quatro anos.

Não à toa, o custo da energia no Brasil, em relação à renda per capita, é hoje o segundo maior do mundo, atrás somente da Colômbia , entre 33 países pesquisados. Ou seja, dentro do orçamento das famílias, o gasto com energia pesa mais para brasileiros do que para consumidores que vivem em economias com renda mais alta, como Estados Unidos e Canadá, e até mesmo entre aqueles que moram em países emergentes, como Chile e Turquia.

A conta de luz pesa cada vez mais no bolso dos brasileiros e nos custos do setor produtivo, especialmente a indústria.

A Abrace atribui o valor elevado aos impostos e taxas embutidos na conta. Os dados divulgados pela Associação indicam que em quatro anos as taxas aumentaram em 47%. Do valor pago pelos consumidores, 53,5% é usado para a geração, transmissão e distribuição da energia elétrica. O resto é composto por taxas que bancam políticas públicas, subsídios, impostos e ineficiências do setor.

Na parte da ineficiência, entra o pouco empenho em reduzir as chamadas “perdas não técnicas”, entre elas o furto de energia. Segundo a própria Abrace, essas perdas somarão R$ 5,43 bilhões em 2022. Como comparação, a iluminação pública tem custo de R$ 6,32 bilhões.

Na divisão dos gastos extras, a maior despesa é com a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Em 2022, esse setor deve receber R$ 28,8 bilhões.

O impacto econômico da alta da energia elétrica no país em 2021, segundo relatório da Confederação Nacional da Indústria (CNI), levou a queda de 0,11% do PIB. Isso equivale a uma perda de R$ 8,2 bilhões comparados aos preços de 2016. Em 2022, a previsão é de uma perda de 0,19%. Sobre o emprego, houve retração de 0,19%, uma perda de cerca de 166 mil empregos em relação à quantidade de pessoas ocupadas entre abril e junho de 2017.

Fonte: Monitor Mercantil

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