Uma campanha nacional está incentivando pessoas e empresas a ajudarem na preservação de um dos animais mais traficados no país.
Eles estão entre as principais vítimas do tráfico de animais. O Mato Grosso do Sul é onde os traficantes mais capturam aves da espécie papagaio-verdadeiro. A fiscalização ambiental resgata, em média, de 600 a 700 aves por ano no estado.
“O papagaio-verdadeiro é o mais traficado entre as 12 espécies de papagaios justamente porque ele é considerado o melhor falador entre as espécies. Os traficantes, na hora de capturar os filhotes para vender no comércio ilegal, eles destroem os ninhos. Então, 85% dos ninhos que eu monitoro é destruído pelos traficantes todos os anos”, enfatiza Glaúcia Sanches, coordenadora do Projeto Papagaio-Verdadeiro.
Ao contrário da maioria das aves, os papagaios não fazem os próprios ninhos. Eles procuram, nas florestas, árvores com buracos para colocar os ovos. Mas, com o desmatamento, muitas dessas árvores estão sendo cortadas, e os papagaios têm dificuldade de encontrar um ambiente natural para abrigar os filhotes.
Por isso, pesquisadores desenvolveram ninhos artificiais, que são mais seguros e ajudam na preservação das espécies.
“Primeiro, nós fomos atrás dos ninhos naturais, tiramos as medidas, para copiar e criar um ninho artificial que fosse apto aos papagaios reproduzirem, porque é a forma para que eles perpetuem na natureza”, explica Elenise Sipinski, responsável técnica do Programa Papagaios do Brasil.
Os pesquisadores instalam as “casinhas” no alto das árvores. Em pouco tempo, o casal de papagaios se aconchega. É lá que os filhotes nascem, desenvolvem penas coloridas e voam.
Já são 600 ninhos espalhados pelo país, e a meta é chegar a 800.
Por isso, o Programa Papagaios do Brasil lançou a campanha “Adote um Ninho”. Pela internet, voluntários e empresas podem ajudar as quatro espécies monitoradas: o charão, papagaio-de-peito-roxo, papagaio-de-cara-roxa e o verdadeiro.
“É a coisa mais linda do mundo observar um pássaro, um ser vivo é muito bonito, ainda mais eles, coloridos, cantando, gritando”, define Cristiana Romanó, doadora da campanha.
“A gente, protegendo o papagaio, está protegendo a natureza e protegendo todos os outros animais que ali vivem. Certamente estamos protegendo nós mesmos”, afirma Elenise.