Presidente do Peru, Pedro Castillo tenta golpe, mas não obtém apoio e é destituído pelo Congresso.

Os congressistas peruanos agiram rápido diante do anúncio de Pedro Castillo no Peru, que dissolveu o Congresso nesta quarta-feira, (7/12), e destituíram por 101 votos a favor, seis contra e 11 abstenções, o líder do poder por ‘incapacidade moral’ após uma tentativa de golpe de Estado ao anunciar a dispensa do Legislativo e a formação de um “governo de emergência excepcional” no país.

Com a decisão do Congresso, a vice-presidente Dina Boluarte foi convocada para assumir o cargo. Ela será a primeira mulher a assumir o cargo. “Esta decisão configura um golpe de Estado e se afasta de todos os marcos constitucionais”, declarou a legisladora de esquerda Ruth Luque, cujo grupo vinha apoiando a permanência de Castillo no poder, sobre a decisão do ex-presidente.

Presidente Pedro Castillo, no momento que anunciou a dissolução do Congresso

Um parlamentar acrescentou que a decisão “é claramente um golpe ao estilo de 1992”, referindo-se ao “autogolpe” perpetrado pelo então presidente Alberto Fujimori (1990-2000), que também dissolveu o Congresso.

“Claro que é um golpe de Estado, Castillo sabia que ia ser destituído e estava na frente. Espero que as Forças Armadas se manifestem contra o golpe de Estado, ele não pode fechar o Congresso”, enfatizou o deputado de direita José Cueto, do ultraconservador Partido da Renovação Popular e ex-comandante das Forças Armadas.

Ele afirmou que as Forças Armadas “apoiam o Congresso”. Os legisladores enfatizaram ainda que o clima segue tranquilo no país e que não há qualquer movimentação das Forças Armadas, razão pela qual consideraram que o governante em breve “será mandado para a prisão”.

Pedro Castillo em campanha presidencial

“Ele corre um sério risco de acabar no mesmo lugar que os antecessores dele, preso. A democracia do Peru é extremamente frágil. Há uma facilidade muito grande para tomar medidas como, por exemplo, um processo de impeachment, não é algo tão complexo como no Brasil e nos Estados Unidos”, afirma Guga Chacra, comentarista político da Globo.

Não tem apoio para nada disso

“Isolado como ele está, vai ser difícil implementar essa solução de força. E fora a solução de força, não tem um arcabouço ali político que ele possa usar em favor dele porque não tem apoio para nada disso. Então me parece que nas próximas horas teremos muitas mudanças no Peru”, comentou Marcelo Lins, âncora da Globo News.

 

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