O candidato da extrema direita, Javier Milei, confirmou o favoritismo e venceu o pleito presidencial na Argentina.
Sergio Massa, o seu opositor, reconheceu a vitória de Milei e lhe desejou boa sorte como novo presidente da Argentina.
Sem nunca ter disputado uma eleição presidencial, Javier Milei lança uma sombra de dúvidas sobre o futuro da Argentina, que agora será governada por uma figura cujo símbolo eleitoral é uma motosserra.
O resultado oficia ainda não foi divulgado.
Em seu discurso, Massa agradeceu o apoio dos “milhares de argentinos” e afirmou que a democracia argentina “é forte” e “vai sobreviver”.
Além disso, Massa também afirmou que já conversou com Milei e que lhe desejou sorte à frente da presidência da República da Argentina.
Quem é Javier Milei?
Para entender a figura de Javier Milei e qual a chance dele ganhar as eleições presidenciais argentinas de 2023, vamos resumir um pouco da trajetória deste político, cunhado como uma das principais lideranças da extrema-direita na América Latina.
Por isso, vamos contar um pouco da biografia do deputado neofascista explicar suas principais propostas para a Argentina. Além disso, é importante saber quais são as grandes polêmicas da carreira de Javier Milei e seus desafios para concorrer em uma plataforma reacionária.
Javier Milei – biografia
Javier Milei é um deputado federal argentino e pré-candidato à presidência argentina pelo bloco político A Liberdade Avança. Defensor de uma agenda ultraliberal e conservadora nos costumes, Milei ficou famoso após fazer falas polêmicas na televisão contra a classe política argentina.
Nascido em Buenos Aires no ano de 1970, Milei é economista, professor e escritor, e defende radicalmente o fim dos serviços públicos. Ele já chegou a defender ideias anarcocapitalistas.
Milei se define como um “minarquista”, isto é, um sujeito que defende um estado realmente mínimo, onde nenhum tipo de assistência social é garantida para os cidadãos. Ele é um defensor das teorias da escola austríaca,coisa que compartilha com Paulo Guedes, ex-ministro da Economia do Brasil.
Javier Milei trabalhou para empresas de previdência privada e assessoria financeira, além de entidades como HSBC e outros bancos, sendo estritamente ligado ao setor bancário. Ele também foi assessor econômico do gabinete do deputado Antonio Domingo Bussi, general argentino condenado por crimes contra a humanidade durante a ditadura militar que ocorreu no país.
Desde 2020, ingressou para a política institucional com um discurso fortemente anti-kirchnerista, mas também já fez críticas ferozes aos governos de Maurício Macri, se colocando como uma alternativa política a ambos.
Contudo, Milei também já elogiou fortemente o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro e o ex-presidente estadunidense Donald Trump, se demonstrando também um entusiasta do movimento neofascista ou pós-fascista de extrema-direita nacionalista que ascende ao redor do mundo.
Javier Milei é deputado federal desde 2021, e, desde então, tem trabalhado para tensionar à direita a oposição ao governo de Alberto Fernández. Atualmente, a oposição tem se dividido em um projeto de extrema-direita liderado por Javier Milei e um projeto mais moderado, do Juntos por el Cambio, cujo provável candidato é Horácio Larreta, prefeito de Buenos Aires.