A Prefeitura Municipal de Porto Seguro abriu no dia 10 de setembro, concorrência pública (005/2018) para a realização de pavimentação de inúmeros bairros de Porto Seguro, mas na publicação não é contemplado as obras para drenagem da água pluvial. “A presente licitação tem por objeto a Contratação de Empresa Especializada para Obra de pavimentação de vias”, retirado do texto da publicação.
O fato é alertado pelo arquiteto e urbanista Edison José Alves Antunes, que também faz parte do Conselho Municipal da Cidade de Porto Seguro – Concidade/PS – e da Associação dos Proprietários e Moradores do Village – Asprov.
Pelo que consta na publicação da Prefeitura, o Village seria beneficiado com duas ruas pavimentadas: a das Margaridas e a dos Hibiscos. No entanto, sem que haja uma obra de drenagem no bairro, a pavimentação dessas ruas provocará ainda mais acumulo de água na principal via do Village, a Norte-Sul, que sempre fica alagada em tempos de chuva. Esse é o questionamento do arquiteto e de vários moradores do bairro.
Outras ruas do Village II e III serão contempladas, mas pela localização, no alto do morro, não correm risco de alagamento em período de chuvas.
O arquiteto desenvolveu um projeto e já apresentou em reunião da Asprov. “Na verdade, nossa ideia é de construirmos, o que em São Paulo chamamos de ‘piscinão’, que ficaria no subsolo, enterrado, tendo uma capacidade de cerca de 200 mil litros. Através de um bombeamento, poderíamos lançar essa água para o Rio dos Mangues, que fica a 400 metros da rua principal do bairro, limítrofe com o bairro Paraíso dos Pataxós”, explica.
Também foi sugerido uma intervenção na rua das Hortênsias, porque apesar dela não ser contemplada para essa concorrência pública, é nesta rua que recai a água acumulada nos Villages II e III. “Os moradores (Villages II e III) desviaram a água para baixo, mas não se importaram com o curso dela e a rua das Hortênsias se alaga todas as vezes que chove. É como se eu desviasse a água da minha casa para o terreno do vizinho. Temos que continuar o curso dessa água”, analisa Edison.
O arquiteto continua sua explicação, discorrendo sobre diversos aspectos técnicos, sugerindo a instalação de poços de absorção ecológicos feitos com pneus que levaria a água pluvial acumulada para a rede central da Embasa. “Servem como os ralos de nossa casa, mas em escala maior”, exemplifica.
Segundo o arquiteto, a questão foi levada ao Secretário Municipal de Infraestrutura, José Carlos Cruz, que, apesar de não constar na publicação da Prefeitura a previsão para as obras de drenagem, garante que elas serão realizadas em todas as obras de pavimentação que forem necessárias.
Nossa reportagem enviou o assunto para o secretário de Comunicação, Cézar Aguiar, mas até a publicação da matéria, não fomos atendidos.
Além do Village (I, II e III), serão contemplados os bairros São Francisco e Santiago (Arraial d’Ajuda), Mundai, Tabapiri, Mercado do Povo, Fontana, Cambolo, Vila Verde, Taperapuan, Casas Novas e Agrovila (Porto Seguro sede), e os distritos de Itaporanga, Vale Verde, Pindorama e Vera Cruz.