Agora dá para traduzir em português (com sotaque brasileiro) novamente. O melhor jogador do mundo. Quem é? Vini Jr.
Foram 17 anos sem que a bandeira do Brasil estivesse atrelada ao vencedor. Marta, entre as mulheres, foi quem visitou essa prateleira mais alta. Mas, entre os homens, ninguém dos nossos tinha conseguido desde Kaká, em 2007.
Poderia ser Neymar. Não foi. Coube a Vinicius continuar o legado dos gigantes do futebol brasileiro nessa premiação criada pela Fifa a partir de 1991. Romário, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho, Kaká. Todos campeões do mundo. Agora, é a vez de Vini Jr.
A ausência de Neymar na lista diz respeito ao que ele não atingiu coletivamente ao longo dos anos e também por ter sido contemporâneo no auge de Messi e Cristiano Ronaldo.
Passado o período de dominância dos dois (quase) extraterrestres, veio a oportunidade para uma disputa mais aberta. E o talento brasileiro reapareceu entre os maiores.
A temporada de Vini com o Real Madrid teve mais um título da Liga dos Campeões. O segundo dele. O segundo fazendo gol na final. Mas foi além disso e do próprio Campeonato Espanhol.
Vini representou a magia do drible, aliada ao volume de chances criadas, gols e assistências. Em um time que dominou o continente, brilhou mais que outros colegas de equipe, como Bellingham e o agora aposentado Toni Kroos.
O reconhecimento dos eleitores do prêmio da Fifa é a consequência.
“Eu não sei nem por onde posso começar. Porque era tão distante, que parecia impossível chegar até aqui. Era uma criança que só jogava bola descalço nas ruas de São Gonçalo, perto da pobreza, do crime. Poder chegar aqui é muito importante para mim. Estou fazendo por muitas crianças que pensam que é impossível”.
Vini Jr., melhor jogador do mundo em 2024
Fifa mais uma vez ‘corrige’ a Bola de Ouro a favor de um brasileiro
Enquanto a France Football elegeu Rodri, do Manchester City, como melhor da temporada passada, o prêmio da Fifa coroou um brasileiro. E não foi a primeira vez que essa “correção” de rota a favor do Brasil aconteceu no paralelo entre as duas premiações.
Já aconteceu com Romário (1994), Ronaldo Fenômeno (1996) e Ronaldinho (2004).
Nessas ocasiões, a revista – com um DNA mais europeu na premiação – tinha escolhido, respectivamente o búlgaro Stoichkov (1994), o alemão Matthias Sammer (1996) e o ucraniano Shevchenko (2004).
Vini Jr. é o primeiro brasileiro a vencer o melhor do mundo desde Kaká, em 2007. Depois, veio a era de polarização entre Messi e Cristiano Ronaldo, com Modric (2018) e Lewandowski (2020 e 2021) sendo as exceções.
A votação da Fifa é mais global do que a da France Football. Os capitães e técnicos das seleções têm direito a voto, além de um jornalista de cada país filiado à entidade. E ainda tem um percentual com base em voto popular.
O colégio eleitoral dos franceses é composto por jornalistas dos 100 melhores países do ranking da Fifa. Isso faz com que haja uma concentração maior de europeus entre os eleitores.