Porto Seguro se destaca como polo de segurança turística em meio à crescente violência na Bahia

Enquanto a Bahia enfrenta uma das piores crises de segurança pública do país, com números alarmantes de homicídios em cidades como Salvador, Eunápolis, Feira de Santana e Simões Filho, o município de Porto Seguro emerge como um ponto de equilíbrio, conciliando o desafio da segurança urbana com a preservação da tranquilidade nas áreas turísticas.

Conhecida nacionalmente por sua importância histórica e belezas naturais, Porto Seguro continua a ser um dos destinos mais procurados do Brasil — e não apenas por suas praias, cultura e hospitalidade, mas também por oferecer um ambiente seguro para seus visitantes, em meio a um cenário estadual marcado por violência letal.

Violência na Bahia: um quadro preocupante

Os números não deixam margem para dúvidas: Salvador registrou, somente nos primeiros cinco meses de 2025, 345 homicídios — o equivalente a 3 a 4 assassinatos por dia. Cidades do interior baiano seguem na mesma linha. Eunápolis, com pouco mais de 110 mil habitantes, já contabiliza 113 homicídios no ano, atingindo uma frequência diária de mortes violentas. Feira de Santana, Simões Filho e Teixeira de Freitas completam o quadro crítico, com taxas superiores a 70 homicídios por 100 mil habitantes — números que colocam essas cidades entre as mais violentas do país.

Porto Seguro: segurança em meio ao caos

Em contraste, Porto Seguro apresentou, no mesmo período, 21 homicídios, uma redução de 19% em relação a 2024. Em maio deste ano, foram registrados apenas 2 casos, contra 6 ocorrências no mesmo mês do ano anterior. Com uma população estimada em 168.300 habitantes, a cidade apresenta uma média de um homicídio a cada duas a três semanas — um ritmo de violência muito inferior ao da maioria das cidades baianas.

Embora ainda figure no ranking das 20 cidades mais violentas do estado, Porto Seguro não apresenta o perfil de uma cidade dominada por crimes letais diários. A maioria das ocorrências violentas está concentrada em bairros periféricos, longe dos circuitos turísticos e comerciais da cidade.

Percepção de segurança: diferencial para o turismo

Nas áreas centrais, onde o fluxo turístico é intenso, a sensação de segurança é reforçada pela presença policial e infraestrutura adequada. Não há registros recentes de assaltos a bancos, roubos de carros à mão armada, “saidinhas bancárias” ou assaltos a ônibus, crimes comuns em outras regiões do estado. O turismo, pilar da economia local, ocorre com relativa tranquilidade, fortalecendo a imagem de Porto Seguro como um refúgio seguro para visitantes nacionais e internacionais.

Comparada a outras cidades turísticas como Ilhéus e Itacaré, Porto Seguro se destaca pelos baixos índices de criminalidade nas zonas turísticas, sendo considerada, inclusive, mais segura que a capital Salvador nesse aspecto.

Mesmo com os desafios de segurança urbana que atingem todo o estado, Porto Seguro mantém um modelo de gestão de segurança eficaz no que diz respeito ao turismo, sem perder de vista as necessidades das comunidades locais. O esforço conjunto entre a administração municipal, forças policiais e sociedade civil tem sido essencial para garantir que a cidade continue a ser um dos destinos mais procurados do Brasil, com a tranquilidade que o turismo exige.

Em um momento em que a violência domina o noticiário baiano, Porto Seguro mostra que é possível combinar crescimento turístico com segurança pública. O município, mesmo enfrentando os mesmos desafios estruturais do estado, apresenta indicadores mais positivos e uma frequência de crimes letais muito inferior à média baiana.

A cidade segue sendo um exemplo de equilíbrio entre turismo seguro e vigilância urbana, e reforça seu papel como referência nacional em hospitalidade com segurança. Em um estado onde a violência avança, Porto Seguro permanece como um porto seguro de fato — e de direito — para quem chega.

**Por informações e Colaboração: Vinícius Brandão – Jornalista e Presidente do CDL-Porto Seguro

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