O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), mandou suspender, nesta sexta-feira (30), o funcionamento da rede social X no Brasil. A empresa não respondeu à intimação do ministro para indicar em 24 horas um representante no país para se manifestar sobre as ordens judiciais.
O que aconteceu
Empresa foi intimada a apresentar representante após fechar escritório no país. O X é alvo de várias determinações do ministro, que incluem de remoção de perfis a pagamento de multas. Com o encerramento do escritório, não há um representante legal para atender às determinações judiciais. Diante disso, pela primeira vez em sua história, o STF intimou, por meio da própria rede social, o empresário Elon Musk a indicar um representante legal até as 20h07 da quinta.
Moraes cita “descumprimentos reiterados”. Na decisão, o ministro afirma que o X promoveu “reiterados, conscientes e voluntários descumprimentos das ordens judiciais e inadimplemento das multas diárias aplicadas, além da tentativa de não se submeter ao ordenamento jurídico e Poder Judiciário brasileiros.
Empresário disse que não cumpriria exigência
Para o X, as ordens do ministro são “ilegais”. “Esperamos que o ministro Alexandre de Moraes ordene que o X saia do ar no Brasil em breve, simplesmente porque não concordamos com suas ordens ilegais de censurar os adversários políticos dele”, disse a empresa em perfil oficial pouco após o fim do prazo.
Medida é prevista no Marco Civil da Internet.
A lei que regulamenta as plataformas no país prevê a suspensão de páginas em caso de descumprimento de determinações judiciais
Suspensão não é imediata.
Decisão de Moraes manda que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) adote providências para bloquear o acesso de computadores no Brasil aos endereços do X. A agência é a responsável por regular o mercado de servidores de infraestrutura de redes, que são as empresas que possuem as estruturas que conectam o Brasil com o resto do mundo. Após contato do UOL, a Anatel disse que ainda não havia sido notificada.
X atribuiu a Moraes responsabilidade pelo fim das operações no país.
Em nota divulgada no dia 17, o X disse que o ministro ameaçou seu representante legal no Brasil de prisão, caso a empresa não cumprisse “ordens de censura”. O STF não se manifestou à época.
Além de suspender o X, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a proibição do uso de VPNs (Virtual Private Network, ou rede privada virtual) no Brasil para acessar a plataforma quando o aplicativo for retirado do ar.
VPNs são aplicativos ou sites usados para maquiar a localização do usuário de internet. Por meio deles, é possível navegar livremente pela rede em locais que bloqueiam páginas, como China e Cuba.
A decisão de Moraes foi publicada nesta sexta-feira (30/8) e visa dificultar o acesso ao X por meios alternativos após a suspensão da plataforma.