Um bloco de 19 das 27 federações estaduais já deixou a mão de Ednaldo Rodrigues, presidente afastado da CBF.
Elas se juntaram em um manifesto assinado ainda no dia em que a Justiça afastou o então comandante da entidade. O intuito já é discutir uma candidatura para a próxima eleição, que será convocada pelo interventor Fernando Sarney.
Por mais que Ednaldo ainda tente recurso no Supremo Tribunal Federal (STF), o movimento das federações indica que elas não acreditam em reviravolta.
O documento foi intitulado “Manifesto pela estabilidade, renovação e descentralização do futebol brasileiro”.
Nele, as federações dizem que a CBF foi “sufocada por uma estrutura excessivamente centralizada”.
Os dirigentes ainda apontam que “o cenário exige uma renovação de ideias, de práticas e de lideranças, bem como a profissionalização definitiva das estruturas de gestão”.
O número de 19 federações é significativo porque já representa 57 votos na eleição da CBF. O voto delas tem peso três.
Então, sobrariam 84 votos fora desse bloco — sendo 24 referentes às oito federações que não assinaram, 40 dos clubes da Série A (que têm peso dois) e mais 20 dos clubes da Série B (peso um)
Quem assinou?
Das federações mais ricas, a Ferj (Rio de Janeiro) assinou. Mas São Paulo e Minas Gerais, não.
No Nordeste, Bahia (estado de origem de Ednaldo) e Pernambuco (cujo presidente é aliado forte do presidente afastado) ficaram fora.
NORDESTE
Alagoas
Paraíba
Rio Grande do Norte
Piauí
Maranhão
Ceará
Sergipe
NORTE
Rondônia
Pará
Roraima
Amazonas
Acre
SUDESTE
Rio de Janeiro
CENTRO-OESTE
Distrito Federal
Goiás
Mato Grosso do Sul
SUL
Paraná
Rio Grande do Sul
Santa Catarina
A carta completa
O futebol brasileiro vive um momento decisivo. É urgente enfrentar desafios estruturais que há anos limitam o potencial do nosso futebol. Precisamos de um calendário equilibrado, arbitragem profissionalizada, gramados de qualidade, segurança nos estádios e competições fortalecidas.
Para que isso aconteça, é fundamental garantir estabilidade institucional à CBF. Precisamos virar a atual página de judicialização e instabilidade que há mais de uma década compromete o bom funcionamento da entidade e o avanço do futebol brasileiro.
É também momento de resgatar a autonomia interna da CBF, hoje sufocada por uma estrutura excessivamente centralizada e desconectada das instâncias que compõem o ecossistema do futebol nacional.
Além da estabilidade, o cenário exige uma renovação de ideias, de práticas e de lideranças, bem como a profissionalização definitiva das estruturas de gestão. A CBF precisa ser exemplo de governança, eficiência e transparência — e também precisa voltar a ser a casa de todos que constroem o futebol brasileiro, com um ambiente saudável, inspirador e descentralizado, em que cada um possa contribuir ativamente para a melhoria do esporte que constitui verdadeiro patrimônio nacional.
Unidos com esse propósito, assumimos o compromisso de construir uma candidatura à Presidência e Vice-Presidências da CBF comprometida com um novo ciclo para o futebol brasileiro: mais democrático, mais integrado e mais aberto à participação de todos.
Queremos uma CBF forte, querida por dentro, admirada por fora — e novamente amada por todos que fazem do futebol a alma do nosso país.
Fonte: UOL Notícias