Lula na ONU defende soberania brasileira e critica unilateralismo em discurso de abertura

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu nesta terça-feira (23/09) a 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas com um discurso firme em defesa da soberania, da democracia e do multilateralismo. Sem citar nomes, Lula fez críticas diretas a medidas unilaterais de grandes potências econômicas e militares, como sanções, tarifas comerciais e restrições diplomáticas impostas a países em desenvolvimento.

Durante sua fala, o presidente destacou que “a democracia e a soberania brasileiras são inegociáveis”, ressaltando que ataques às instituições do país ou tentativas de interferência externa não serão tolerados.

Comércio e tarifas

Lula condenou o que chamou de “tarifaços” impostos por economias ricas contra produtos de países emergentes. Segundo ele, “essas tarifas punitivas enfraquecem o comércio global e penalizam justamente os mais vulneráveis”.

Meio ambiente

No campo ambiental, o presidente reafirmou os compromissos brasileiros com a preservação da Amazônia e com as metas de redução de emissões. Ele também lembrou a realização da COP30 no Brasil, convocando as nações desenvolvidas a cumprirem os acordos climáticos já firmados.

“O planeta está farto de promessas não cumpridas. Quem mais poluiu historicamente precisa assumir sua responsabilidade”, afirmou.

Guerras e paz

Lula voltou a pedir soluções pacíficas para conflitos internacionais, com destaque para a guerra no Oriente Médio e a situação da Palestina. Ele condenou o uso da fome como arma de guerra e defendeu que o direito internacional seja respeitado.

“Nada justifica a morte indiscriminada de civis. Não há paz possível sem justiça”, disse.

Contraponto elegante

Embora não tenha citado diretamente os Estados Unidos, as menções a sanções unilaterais, tarifas punitivas e ingerência sobre instituições nacionais foram vistas como um recado claro à maior potência econômica e militar do mundo, num momento de tensões diplomáticas entre Brasília e Washington.

Repercussão

O discurso deve repercutir fortemente no cenário internacional, consolidando a imagem do Brasil como voz ativa do Sul Global e defensor do multilateralismo. Internamente, Lula buscou reforçar seu compromisso com a democracia e com a autonomia das instituições brasileiras, apresentando-se ao mundo como líder de um país soberano, democrático e protagonista.

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