Golpista preso no Pará se passava por assessor do governo da Bahia — oposição tenta transformar fake news em narrativa política contra Jerônimo Rodrigues

Um homem natural de Juazeiro, no Sertão do São Francisco, foi preso em flagrante nesta segunda-feira (13/10), em Belém (PA), após aplicar uma série de golpes se passando por assessor do governo da Bahia. Identificado como Manoel Tenório Rapadura Neto, o estelionatário já havia enganado diversas pessoas na Bahia e, desta vez, tentou ludibriar Márcio Ivan Lopes Ponte de Souza, diretor da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), causando um prejuízo estimado em R$ 120 mil.

De acordo com o boletim de ocorrência, Manoel conheceu a vítima no dia 3 de outubro, em um restaurante da capital paraense. Se apresentando falsamente como representante do governo baiano e membro do GSI da Presidência da República, o golpista afirmava atuar na organização de eventos dos governos da Bahia e do Brasil, inclusive relacionados à COP 30, prevista para ocorrer em Belém.

Convencido pela farsa, Márcio Ivan firmou um suposto contrato de locação de imóveis e veículos no valor de R$ 275 mil, realizando um adiantamento de R$ 80 mil. Manoel prometeu devolver o montante após receber um repasse fictício de R$ 800 mil do governo da Bahia. Ele ainda solicitou um empréstimo pessoal de R$ 40 mil, alegando bloqueio bancário — informação logo desmentida pela polícia.

Durante os dias seguintes, o estelionatário chegou a se hospedar na casa da vítima e foi apresentado a autoridades locais, dizendo intermediar contratos para comitivas do governo baiano e até da Consulesa de Luxemburgo. A farsa começou a ruir quando a vítima percebeu o desaparecimento do suposto assessor logo após nova transferência de R$ 40 mil. Com a ajuda de outro lesado, um motorista, o golpista foi localizado e preso dentro de uma agência bancária, com o apoio do Capitão Luiz Paulo, chefe de Operações da sede da COP 30 em Belém.

Fake news explorada politicamente

Logo após a divulgação do caso, setores da oposição na Bahia tentaram transformar o episódio criminoso em um escândalo político, espalhando fake news nas redes sociais e insinuando falsamente que o preso teria vínculo oficial com o governo estadual. As informações, rapidamente desmentidas pelas autoridades, evidenciam uma tentativa oportunista de desgastar a imagem do governador Jerônimo Rodrigues, explorando a ocorrência para fins eleitorais.

O governo da Bahia reforçou que Manoel Tenório Rapadura Neto jamais teve qualquer relação funcional com a administração estadual, e que suas ações se basearam em mentiras cuidadosamente construídas para dar credibilidade ao golpe. A Polícia Civil da Bahia também acompanha o caso, em cooperação com as autoridades do Pará, para mapear eventuais vítimas e esclarecer todos os fatos.

A prisão do falso assessor e a deturpação deliberada do episódio nas redes sociais revelam como criminosos e desinformadores podem agir paralelamente, seja para enganar cidadãos de boa-fé, seja para atacar reputações públicas com motivações políticas.

“É mais um caso que demonstra o perigo das notícias falsas e do uso irresponsável da informação para fins eleitorais. A verdade prevalece quando há investigação séria e transparência”, afirmou um representante do governo baiano.

Com a prisão do golpista e a apuração em curso, o caso expõe não apenas um crime de estelionato, mas também a tentativa de transformar uma fraude em narrativa política, em mais um episódio de desinformação contra a gestão estadual.

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