O Botafogo escreveu uma página histórica na Copa Mundial de Clubes disputada nos Estados Unidos, ao ser a única equipe a vencer o poderoso Paris Saint-Germain na competição. A façanha, celebrada com entusiasmo pelos torcedores alvinegros, mostrou ao mundo a força e o talento do clube carioca, mesmo diante das maiores potências do futebol mundial. Mas, como diz a célebre frase que acompanha a trajetória do Glorioso, “tem coisas que só acontecem com o Botafogo” — e, desta vez, o final não foi o que os botafoguenses sonharam.
Sorteado para o chamado “grupo da morte”, ao lado do estrelado PSG, do tradicional Atlético de Madrid e de uma equipe de médio porte dos Estados Unidos, o Botafogo surpreendeu ao garantir a classificação às oitavas de final. A campanha na fase de grupos incluiu uma vitória memorável sobre o Paris Saint-Germain e outro triunfo diante do clube americano. Contudo, a derrota para o Atlético de Madrid, em uma partida na qual bastava um empate para garantir a liderança do grupo, comprometeu a caminhada botafoguense.
A atuação do time diante dos espanhóis foi marcada por um futebol apático, sem ousadia e claramente distante da postura vibrante apresentada contra o PSG. A vitória avassaladora do PSG, na tarde desta quarta-feira, (9/07), diante do poderoso Real Madrid, por 4X 0, mostrou que o Botafogo tinha sim, time para avançar. A escolha por uma estratégia excessivamente cautelosa, mesmo diante de um cenário favorável, foi amplamente criticada por torcedores e analistas, e acabou se repetindo contra o Palmeiras nas oitavas de final. Resultado: eliminação precoce e demissão imediata do técnico, apontado como o principal responsável pela queda de desempenho da equipe.
Caso tivesse garantido o primeiro lugar no grupo, o Botafogo teria um caminho teoricamente mais acessível no mata-mata e contaria com a confiança elevada após a histórica vitória sobre o time francês, amplamente considerado o melhor do mundo na atualidade. Mais do que isso, seus adversários encarariam o alvinegro com o respeito merecido, cientes de que estariam frente a frente com o único algoz do PSG no torneio.
Mesmo com a eliminação precoce, a torcida botafoguense tem motivos para se orgulhar. O feito diante do PSG será lembrado por muito tempo, e prova que o Botafogo, apesar dos tropeços, ainda carrega o brilho da estrela solitária. A conquista do respeito internacional é um passo importante no processo de reconstrução do clube, e serve de combustível para os próximos desafios.
Fica a reflexão amarga: com outra postura tática e mais ousadia nas partidas decisivas, o Botafogo poderia hoje estar celebrando um título histórico. Mas, por ora, resta ao torcedor guardar na memória a noite épica em que o Glorioso calou o PSG — e acreditar que, da próxima vez, as coisas que só acontecem com o Botafogo sejam para consagrar, e não para lamentar.